quinta-feira, 19 de março de 2009

Sílvio Santos vem aí...



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Sílvio Santos, pseudônimo de Senor Abravanel, (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1930) é um apresentador de televisão e empresário brasileiro, dono do Grupo Sílvio Santos (que inclui inúmeros negócios como o Baú da Felicidade e o Banco Panamericano) e do Sistema Brasileiro de Televisão. Como apresentador do duradouro Programa Sílvio Santos, um dos programas mais antigos da televisão brasileira, tornou-se uma das mais consagradas e queridas celebridades da televisão no Brasil.
Infância e juventude
Senor Abravanel nasceu em 12 de dezembro de 1930 no bairro carioca da
Lapa, filho de pais judeus chamados Alberto Abravanel (nascido na Grécia) e Rebeca Abravanel (nascida na Turquia).
Aos quatorze anos, observando um
camelô da cidade do Rio de Janeiro chamado "Seu Augusto", Sílvio começou a vender capas de plástico para título de eleitor e, logo depois, canetas-tinteiro. Seu sucesso nas vendas fora atribuído à sua capacidade de mesclar números de mágica e diversões com vendas, que ele fazia no horário de almoço do guarda em serviço na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua do Ouvidor. Para tanto, Sílvio Santos contava com a ajuda de seu irmão Leon, que espreitava o guarda, avisando seu irmão quando esse estava a caminho. Em uma dessas ocasiões, entretanto, o guarda apreendeu as mercadorias de Sílvio, mas reconheceu seu talento no trato com as pessoas e sua ótima voz: lhe deu um cartão para uma entrevista na Rádio Continental, que possuía estúdios na cidade de Niterói
Durante o trabalho na rádio, produtores acharam o seu nome, Senor Abravanel, um tanto complicado para o grande público. Por um tempo, Senor utilizou o nome artístico Sílvio Abravanel, até chegar ao consagrado Sílvio Santos.
Todos os dias, Sílvio voltava da rádio na última
barca da noite. Nesta viagem ele sentia falta de algo para entreter os passageiros durante a viagem; foi quando teve a idéia de montar na barca um serviço de rádio. Para tanto, pediu a colaboração de diversos comerciantes do centro da cidade do Rio de Janeiro que, em troca da doação da aparelhagem de rádio, tinham o direito de anunciar gratuitamente nas barcas.
Daí, Sílvio passou a vender os anúncios para o serviço nas barcas. Isto despertou em Sílvio a vocação de empresário. Sílvio costumava passar os domingos com os amigos na
Ilha de Paquetá. A viagem durava quase duas horas, os passageiros sentiam sede, e a água que abastecia os bebedouros da embarcação não era suficiente para suprir a demanda. Sílvio teve a idéia de montar um bar na barca para a venda de refrigerantes e cerveja e, ainda, começou a organizar um bingo dentro da barca. O negócio deu tão certo que Sílvio passou a ser um dos maiores vendedores de uma grande cervejaria de São Paulo, e foi convidado a visitar a fábrica. Assim começou a história de Sílvio Santos na capital paulista.

A carreira em São Paulo
Em São Paulo, Sílvio começou a trabalhar em
circos, apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas. Como Sílvio Santos tinha um tom de pele muito claro, ficava vermelho com facilidade; por falar bastante, começou a ser apelidado "peru falante". As caravanas do Peru falante ficaram conhecidas na capital de São Paulo, em cidades do interior e em outros estados.

O apresentador e empresário de televisão
Logo passou à televisão, adaptando o formato dos shows, espetáculos e sorteios que fazia no circo. Seu primeiro programa, Vamos Brincar de Forca, estreou em
1962 e era transmitido pela TV Paulista, à noite. Um grande sucesso. Em 1964, passou a comandar seu programa aos domingos, das 12 às 14h. No decorrer dos anos, o formato seria expandido e aprimorado no Programa Sílvio Santos.
Paralelamente, Sílvio partiu para novos empreendimentos: adquiriu de seu amigo
Manuel da Nóbrega o Baú da Felicidade, empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças mediante pagamento em prestações. Depois de reformas no plano de negócios, a empresa ficou conhecida pela venda de carnês e sorteios.
Quando a TV Paulista foi incorporada à
Rede Globo, Sílvio seguiu pagando aluguel pelo seu horário dominical, revendendo o tempo dos anúncios a outras empresas. Na medida que aumentava o sucesso do Programa Sílvio Santos, Sílvio tinha ótimos resultados financeiros. Realizava sorteios de carros, móveis e eletrodomésticos, o que motivou a expansão dos negócios do grupo (Móveis Tamakavy, concessionária de veículos Vimave).
Porém, no início dos
anos 70, Boni e Walter Clark, diretores da Rede Globo, promoveram reformas no padrão de qualidade da emissora, investindo em filmes, esporte, jornalismo e novelas. Para os executivos, o programa de Sílvio Santos destoava da grade de programação.
O apresentador quase saiu da emissora em
1972, mas o próprio Roberto Marinho o convenceu a ficar, renovando contrato por mais quatro anos. Por este contrato, Sílvio não poderia ser acionista ou dono de nenhuma outra emissora de televisão, o que motivou sua saída da Globo.
Dessa forma, a partir de
1976, Sílvio começou a comprar horários na Rede Tupi, assegurando a transmissão nacional de seu programa, ao mesmo tempo que lutava politicamente para obter seus próprios canais de televisão

A criação da TVS e a formação do SBT
No dia
22 de outubro de 1975, o presidente Ernesto Geisel assinou o decreto 76.488, outorgando a Sílvio Santos o canal 11 do Rio de Janeiro. Sílvio passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS (TV Studios).
Depois da falência da Rede Tupi, em
1980, o Programa Sílvio Santos em São Paulo foi transferido para a Rede Record. Durante os anos 80 Sílvio chegou a ser dono de 50% da emissora do empresário Paulo Machado de Carvalho. Todavia, Sílvio planejava ter uma rede nacional de televisão, produzir uma programação completa e usar o canal para seus sorteios e promoções.
Em
1981, através de um lobby com a primeira-dama Dulce Figueiredo, com quem tinha longas conversas por telefone, Sílvio Santos obteve a licença para operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TVS da capital paulista. A partir das emissoras do Rio e de São Paulo, surgiu o embrião do SBT. A rede se expandiu rapidamente através de afiliações, mas o Programa Sílvio Santos continuava sendo transmitido simultaneamente pela Record, especialmente para alcançar o interior de São Paulo. A marca SBT passou a ser usada em toda a rede em fins dos anos 80.
Doença nas cordas vocais
Em
1987, Sílvio teve problemas com a voz, ficando praticamente afônico por alguns dias. Teve suspeita de câncer na garganta, não divulgada ou confirmada. Sílvio chegou a interromper um de seus programas para transmitir depoimentos emocionados e lembranças da sua carreira, incluindo particularidades sobre suas relações com o pessoal do Exército (na juventude, Sílvio servira como paraquedista). Sílvio teve que fazer um tratamento no exterior e ficou algumas semanas sem gravar os seus programas dominicais, causando preocupação de seus fãs quanto ao seu real estado de saúde. Mais tarde, Orestes Quércia, governador de São Paulo, gravou longo depoimento congratulando Sílvio Santos pelo retorno, salientando a ausência sentida por todos os telespectadores.
Sílvio não voltaria a ter problemas sérios com a voz, mas temeu por seu próprio futuro como apresentador. Em 1988, Sílvio assegurou a permanência de
Gugu Liberato no SBT, cobrindo uma proposta da Globo. Gugu passou a apresentar alguns quadros do Programa Sílvio Santos e sua participação cresceu expressivamente nos anos 90, com o sucesso do Domingo Legal. Outros quadros passaram a ser comandados por Celso Portiolli e por outros apresentadores.
Candidaturas políticas

Sílvio Santos no Teatro Abril em São Paulo
Também em
1988 Sílvio Santos propôs sua candidatura a prefeito de São Paulo. Considerando seus recentes problemas de saúde, Sílvio anunciou sua intenção como forma de retribuir à sociedade todas as suas conquistas como apresentador e homem de negócios. O anúncio foi feito durante um dos quadros do Programa Sílvio Santos; o episódio foi amplamente repercutido pela imprensa. A candidatura, contudo, não se concretizou.
Em
novembro de 1989, com a campanha eleitoral para a presidência da República já em andamento, tentou ser candidato a presidente pelo pequeno Partido Municipalista Brasileiro, no lugar do candidato do partido, o pastor evangélico Armando Corrêa. Também se cogitou a renúncia do candidato Aureliano Chaves, do PFL, um partido maior e mais poderoso, para que Sílvio o substituísse. Sílvio chegou a fazer algumas gravações para a propaganda eleitoral, pedindo votos para o número 26, do PMB, com insistência, pois não haveria tempo para mudar o nome impresso nas cédulas de votação. A alguns dias da eleição, Sílvio Santos teve seu registro de candidatura impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por irregularidades no registro do PMB. Sílvio filiou-se ao PFL e ensaiou participar de outras eleições, mas as brigas entre grupos políticos e os acordos e negociações inerentes à política fizeram Sílvio continuar cuidando exclusivamente de seus negócios.
A venda da Record
Em
1990, Sílvio Santos e Paulo Machado de Carvalho vendem a Rede Record para Edir Macedo. Neste momento, Sílvio já tem o SBT consolidado nacionalmente, o que tornava desnecessária a retransmissão do Programa Sílvio Santos pela Record. Segundo se conta, Sílvio não queria vender a sua parte da Record, mas foi convencido a isto depois de uma conversa telefônica com o presidente Fernando Collor de Mello[carece de fontes?]. Contudo, o canal 9 do Rio de Janeiro, antiga Record, continua sob seu comando com o nome de TV Corcovado até ser vendido para o Grupo Martinez.
A própria Record, especialmente de
2005 em diante, se tornou uma feroz concorrente do SBT. Controlando a programação com mão de ferro, Sílvio Santos costuma promover reformas-surpresa na grade do SBT, trocando horários, introduzindo e cancelando atrações de forma surpreendente até para os funcionários da emissora.
O Programa Sílvio Santos, ao longo dos anos, tornou-se um agrupamento de vários programas de auditório e quadros, somando quase cem atrações diferentes.
Os programas sempre tiveram a participação do auditório, cujas participantes são chamadas de "colegas de trabalho". O auditório é considerado por Sílvio "o mais feminino do Brasil", pois nos primeiros anos do programa a entrada de homens na platéia não era permitida. Sílvio acreditava que os namorados das "colegas de trabalho" poderiam ficar com ciúmes de cantores e artistas homens admirados pelas namoradas. Com o tempo, este costume foi sendo ligeiramente relaxado, principalmente nos programas envolvendo sorteios e perguntas e respostas.
Além de transformar Sílvio Santos em um dos grandes ícones da TV, o Programa Sílvio Santos deu destaque ao locutor
Lombardi, cujo rosto nunca era visto mas hoje com a popularização da Internet é facilmente encontrada , ao produtor Roque e a outros membros da equipe.
Atividades paralelas: cantor, radialista e locutor
Durante muitos anos Sílvio Santos gravou
marchinhas carnavalescas. Fez muito sucesso com Coração corintiano, cuja letra fazia referência a cirurgia de transplante de coração, técnica utilizada no Brasil pelo pioneiro Dr. Zerbini. Outra marchinha que fez sucesso foi "A pipa do vovô não sobe mais", alardeando a impotência sexual masculina. Essas marchinhas depois foram reprisadas ao longo dos anos no SBT, durante o Carnaval.
Sílvio Santos foi radialista da sua mocidade até a década de 1980, abandonando paulatinamente esta carreira em função da profissão de apresentador.
Na década de 1970 atuou também como locutor: Sílvio gravou várias coletâneas de disquinhos de histórias infantis. Mais tarde os discos foram relançados em CD, com bastante sucesso.
Ações sociais
Ao longo dos anos, o Programa Sílvio Santos e a programação da TVS e do SBT acumularam uma reputação de popularescos e alienantes, situação agravada pelo fato de Sílvio ter conquistado suas concessões de televisão durante a
ditadura militar e transmitir desde o governo Figueiredo o oficialista A Semana do Presidente. A partir de 1988, Sílvio Santos revelou preocupação com os rumos do Brasil e pôs em prática várias ações para incluir conteúdo socialmente edificante na programação do SBT. A manobra surpreendeu alguns críticos e intelectuais.
No início dos anos 90, Sílvio tentou convencer as outras emissoras a transmitir telejornais de no mínimo trinta minutos no horário noturno, todos no mesmo horário, para incentivar o brasileiro a assistir a notícias, refletir e se informar melhor, mesmo que fosse por um período curto. Tal iniciativa não encontrou apoio da maioria das emissoras e Sílvio Santos logo abandonou a proposta.
Desde os
anos 90 Sílvio tem estimulado o Teleton, programa de televisão de 24 horas, transmitido uma vez por ano, para arrecadar fundos para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). O SBT cede gratuitamente seus artistas, empregados e recursos materiais para o projeto. Sílvio também produziu um Show do Milhão especial com políticos, no qual os prêmios seriam destinados a instituições de caridade.
Homenagem no Carnaval
Sílvio Santos foi homenageado em fevereiro de 2001 pela
escola de samba carioca GRES Tradição através do enredo "Hoje É Domingo, É Alegria. Vamos Sorrir e Cantar!", de Lourenço e Adalto Magalha. Sílvio Santos desfilou como destaque num carro alegórico num traje todo prateado. A Rede Globo, maior concorrente do SBT, teve de transmitir todo o desfile ao vivo. Outros artistas do SBT participaram do desfile.
O seqüestro
Em 21 de agosto de 2001, a filha de Sílvio Santos,
Patrícia Abravanel, foi seqüestrada na porta da própria casa, no Jardim Morumbi, em São Paulo. Depois de alguns dias de negociação, o resgate foi pago e Patrícia foi libertada. O seqüestrador Fernando Dutra Pinto acabou sendo perseguido pela polícia e matou a tiros dois policiais. Sem ter para onde ir, acabou invadindo a casa de Sílvio Santos no dia 30 de agosto; o apresentador estava na sala de ginástica fazendo exercícios. O seqüestrador manteve Sílvio e toda sua família como reféns. Sílvio convenceu o seqüestrador a libertar rapidamente as outras pessoas da família e seguiu em cativeiro em sua própria casa durante sete horas. Fernando só se entregou com a chegada do governador Geraldo Alckmin, que garantiu a integridade do criminoso. Alguns meses depois de preso, no dia 2 de janeiro, Fernando morreu em conseqüência de uma infecção generalizada causada por um corte profundo nas costas. Há indícios de que a morte do detento tenha sido causada por maus tratos e negligência médica.
O caso mudou a rotina de Sílvio Santos, que por sua própria popularidade pensava que dificilmente seria seqüestrado.
O Grupo Sílvio Santos
O Grupo Sílvio Santos é formado por 34 empresas, com cerca de vinte mil funcionários, incluindo o Baú da Felicidade, a rede de lojas do Baú, a Liderança Capitalização (que opera a Tele-Sena), o Hotel Jequitimar e empreendimentos agropecuários, O Banco Panamericano recebeu propostas de compra em 2004 e 2005 por grupos financeiros do Brasil e do exterior, mas Sílvio Santos não abriu mão do negócio.
Apesar de tido como um "comprador nato", Sílvio se desfez de algumas empresas nos anos 80: o CLAM (Clube de Assistência Médica), o plano de aposentadoria privada Aposentec e as lojas de móveis Tamakavy. Sobre o CLAM, Sílvio reiterou ser muito difícil administrar uma empresa de saúde e que se sentiria indiretamente responsável por falhas que provocassem morte ou graves danos.
Rumores de venda do SBT
Em
julho de 2003, enquanto estava em férias na cidade de Orlando, Flórida, Sílvio Santos concedeu uma entrevista à revista Contigo! revelando que tinha uma doença terminal e que restavam-lhe apenas seis anos de vida. Por isso, Sílvio havia vendido o SBT para um consórcio formado por Boni e pela rede mexicana Televisa.
Alguns dias mais tarde, Sílvio desmentiu suas declarações nos programas
Boa Noite, Brasil, apresentado por Gilberto Barros na Rede Bandeirantes, e no Domingo Legal. Disse que respondeu à entrevista em tom de brincadeira diante da insistência do repórter, e que acreditava que a revista notaria sua intenção. No entanto, Contigo! decidiu publicar a matéria transcrevendo ipsis litteris as declarações de Sílvio Santos, ao mesmo tempo que punha em dúvida as declarações do entrevistado. Sílvio dizia, por exemplo, que estava se locomovendo em cadeira de rodas. A revista mostrou fotos do período que mostram o empresário andando normalmente.

Família e sucessão
Sílvio foi casado com Cidinha, que
morreu de câncer na década de 1970, com quem teve duas filhas: Cíntia e Sílvia. Desde então, Sílvio vive com Íris, esposa de seu segundo casamento, realizado no final da década de 1970 e suas filhas deste casamento: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.
Íris Abravanel (nascida em
1949) é uma empresária brasileira, dona da empresa Sister's in Law. Sílvio tem tido uma relação tumultuada nos últimos anos com a esposa e as filhas, que se tornaram protestantes. Sílvio, de origem judaica, chegou a se separar por breves períodos, quando morou em uma casa que tem nas proximidades do Ibirapuera.
Em 2006, durante as comemorações dos 25 anos do SBT, Sílvio afirmou oficialmente estar preparando sua filha
Patrícia Abravanel para sucedê-lo nos negócios da família.
Em 2008 , Daniela Beiruty assume o comando da emissora.

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